Palavras horrorosas
Há duas palavras da língua portuguesa que eu detesto! São dois advérbios, pois claro. Onde mais se poderiam encontrar palavras tão feias?
A palavra que eu mais odeio da língua portuguesa: Veementemente. Vocês não acham feio ter dois "mente" de seguida? Prementemente é outra! Horrível, verdadeiramente horrível.
A segunda palavra que eu mais odeio da língua portuguesa: Comummente. 2 M de seguida! ARGH!!!! E ainda por cima, custa a pronunciar. E pensava eu que a regra diz que só temos consoantes repetidas no caso do R e do S.
Os advérbios dão origem a coisas mesmo patológicas na nossa língua (não o orgão, mas o idioma; patologias do órgão deverão ser tratadas por um médico, ou veterinário, consoante a espécie do indivíduo em questão).
Pergunta du jour: Se a língua portuguesa está cheia de excepções, porque carga de água o estado português resolveu aportuguesar nomes próprios? Querem um exemplo: até 1999 o meu nome escrevia-se Nelson. É assim que está na minha carta de condução, no meu cartão de contribuinte, no meu cartão de beneficiário da segurança social, certidão de nascimento, cartão de eleitor, etc. Acontece que em 1999 o estado resolveu adaptar os nomes. Então, bora lá aplicar as boas regras linguísticas portuguesas a nomes próprios estrangeiros registados em Portugal. Nelson é uma palavra grave. Acontece que palavras terminadas em consoantes (excepto S e M, penso eu) são agudas a menos que sejam acentuadas. Então, alguém teve a brilhante ideia que Nelson deve escrever-se Nélson. É assim que está o meu nome no bilhete de identidade e no passaporte! O passaporte antigo e os bilhetes de identidade até 99 não tinham acento, depois passaram a ter.
Resposta do Ciberdúvidas a esta questão
1 Comentários:
Os meus conhecimentos de Linguística são muito mais aprofundados na área da linguística inglesa do que na portuguesa. Ainda assim, creio que há regras linguísticas que se aplicam à maioria das línguas.
Primeiro, o facto de uma palavra não ser acentuada graficamente não quer dizer que não tenha acento. Todas as palavras, por terem uma sílaba tónica, têm um acento (mesmo que não seja gráfico).
O porquê de algumas palavras, na minha opinião, não precisarem de acento gráfico prende-se com algumas regras linguísticas (que aprendi para a língua inglesa mas que acredito valerem também para a portuguesa): Nelson é uma palavra acentuada na primeira sílaba mas não necessita de acento gráfico por causa do "L" (se for como na inglesa). O facto de a sílaba ser constituida por consoante vogal consoante faz dela uma sílaba fechada. E nas sílabas fechadas as vogais são abertas (e vice-versa). Assim, o "e" já é aberto por causa do "l", não havendo necessidade de acentuá-lo graficamente.
Esta é apenas a minha opinião, não tenho a certeza se também se aplica em português (mas em inglês acho seria esta a razão).
Xiii... escrevi tanto! Sorry... é que a linguística entusiasma-me! :)
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