sexta-feira, dezembro 03, 2004

Ó faxavor! Aprovem o orçamento, tá bem?

Como a maioria dos portugueses fiquei feliz por ter acabado o circo quando o nosso novo heroi resolveu dizer que a malta afinal vai votar 4 vezes para o ano e não apenas 3.

Agora, com esta história toda, há uma coisa muito importante e sobre a qual muito se tem falado (e vai falar até segunda feira): afinal, vamos ter Orçamento de Estado para 2005 ou não?

Por um lado, percebe-se as razões para não aprovar o orçamento: um governo que sabe que vai ser de gestão não tem grande credibilidade para aprovar o orçamento. Afinal, previsivelmente é o PS quem ganha as eleições e assim que lá chegarem sai um orçamento rectificativo. E para mais, até do PS vieram dizer que viver de duodécimos não é nenhuma catástrofe. No que diz respeito aos funcionários públicos, os aumentos de qualquer forma só chegam lá para Maio, por isso não vem daí grande mal.

Por outro lado, percebe-se a necessidade de ter um OE, mesmo que seja um OE condenado a sobreviver apenas uns meses e a servir de desculpa durante um ano a quem quer que chegue ao governo nas próximas eleições (embora eu ache que a desculpa não vai ser utilizada durante 3 anos e ninguém se deve lembrar de dizer que tamos de tanga outra vez). Quer dizer... não aprovar o OE seria a derradeira birra governamental! É como o puto que vai para casa e leva a bola porque não o deixaram marcar o penalty "A bola é minha, por isso se não me deixam marcar, vou para casa e ninguém joga". Seria um grande tiro no pé que o PSD daria.

Mas até os sindicatos vieram manifestar-se contra a aprovação do OE. Então, o que deve o PSD fazer?

E a resposta é muito simples! Devem aprovar o Orçamento! E passo a explicar porquê, para que não restem dúvidas. As bolsas da FCT (por exemplo aquela que eu vou receber) são pagas com dinheiro dos fundos estruturais e com dinheiro do orçamento de estado. Se não há orçamento de estado, não há dinheiro. E que o digam todos os bolseiros que começaram trabalhos este ano: as bolsas começam a ser pagas em Outubro, tamos em Dezembro e ainda ... nada! Se passarmos a viver de duodécimos, a malta que já tem bolsas de anos anteriores continua a receber (a sua bolsa vem de uma renovação de uma bolsa que já estava no OE de 2004). Mas a malta nova, recém-instalada, a habituar-se à ideia de morar a X km de casa (substuam X pelo nº correspondente no vosso caso; para mim, X=2300, números redondos) e ainda por cima, como a bolsa da FCT vem do OE de 2005, se a maioria PSD/PP resolve não aprovar o orçamento não vamos receber! Temos eleições em Fevereiro, tomada de posse em Março, elaboração/discussão/aprovação do orçamento, teremos dinheiro lá para Maio. Ou seja, a malta ou bem que é rica, ou bem que espera ganhar o totoloto em breve, ou bem que vai ter de arranjar alguma "fonte de rendimentos", ifyouknowwhatimean.

Por isso, se volto a ouvir alguém dos sindicatos, BE, PCP ou PS a dizer que o Orçamento não deve ser votado, quando chegarmos a Fevereiro eu ainda voto à direita!
Deixem lá os desgraçados gozar os seus últimos dias de governo e ao menos deixar alguma coisa que sobreviva uns meses (o OE de 2005 sempre irá viver mais tempo que o próprio governo...). A esquerda pode esperar 2 ou 3 meses para desancar a direita pelo mau orçamento que fez. Eu é que não posso esperar muito mais tempo que me paguem o que me devem!

Com a bolsa da FCT dá para viver bem... pelo menos, virtualmente.

1 Comentários:

Às 12:25 da tarde, Blogger T. disse...

Pois, rapaz. Também foi isso que me preocupou desde o princípio.

Fico a torcer!

T.

 

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