sexta-feira, novembro 05, 2004

As pequenas coisas

Olá!

Como já devem ter reparado, esta semana não fiz muitos posts. Tenho andado a escrever a tese de mestrado e não tem sobrado muito tempo (nem vontade, diga-se) para escrever.

Ainda por cima hoje até me apetecia fazer um post qualquer mas isto não marchava. Vamos a ver se agora dá.

O que é que faz mais falta quando se está fora? Podemos falar no Sol, nas ruas de Lisboa, nos amigos, mas a verdade é que nos esquecemos das pequenas diferenças que fazem toda a diferença.

Um hábito que tinha em Lisboa era acabar de almoçar e ir ao café. Bebia a bicazinha descansado, com companhia, e falava-se de tudo e de nada. Aqui até consigo fazer coisas parecidas: acabo de almoçar e vou beber café. Mas o único sítio que conheço com café bebível (e por acaso o mais barato: só 0,40 eur) é na máquina automática. É um bocado merdoso, mas ao menos tem creme, não se limita a ser uma coisa aguada sensaborona. Mas não é a mesma coisa, pois não? Não dá para ficar sentado porque lá quase não há lugar para sentar, não dá para fazer as típicas piadas futebolísticas (hoje teria sido eu o gozado neste particular); não se pagam os cafés com moedas de 1 cêntimo (para já porque a máquina não as aceita; e depois porque mesmo que as aceitasse não ia perceber a piada). E mesmo as pessoas com quem bebo café não falam comigo sobre futebol (até porque de futebol francês não percebo nada e nem tenho preferências; bem, tirando um bocadinho de simpatia pelo PSG mas aqui não convém publicitar isso!), não falam comigo sobre política (só sei mesmo que o Chirac é o presidente e absolutamente mais nada). Ou seja, sobra-nos falar de matemática (o que nem é mau, mas convenhamos, os gajos estão um bocadinho mal preparados...) e sobra contar anedotas.

Outra coisa que faz muita falta, são os segundos sentidos das expressões em português. Não raras vezes a meio de uma conversa completamente inocente alguém resolve dar um segundo sentido a uma qualquer expressão e a conversa descamba. E em francês não dá para fazer isso.

É claro que há também pequenas coisas que eu gostava de ter em Portugal e que não tenho! Aqui toda a gente cumprimenta toda a gente. O meu prédio tem para cima de 300 estúdios e toda a gente diz "bonjour" e "au revoir". Entro no autocarro e digo "bonjour" ao motorista. Pode ser que esta diferença não seja uma diferença entre França e Portugal e seja apenas a diferença entre a cidade grande e uma cidade (muito) mais pequena (e provavelmente até é). Mas não deixa de ser uma diferença.

Depois há aqueles nomes de todos os dias que mudam. Isso nota-se acima de tudo nas marcas de produtos de super-mercado. Aqui a "Margão" chama-se "Ducros". O "Jumbo" é "Auchan" (o que não deve ser novidade para ninguém) e o AKI chama-se OBI. O que é uma pena, porque não dá para fazer a piada do costume "Vou ao AKI". "Onde?" "Ali". "Mas é ali ou aqui?"; "Ali, ao AKI". hahaha, que engraçado. Aqui não dá para fazer a piada. que é um bocado estúpida. Se calhar o AKI chamar-se OBI até é uma vantagem! Evita piadas estúpidas.

Adiante...

Não quero terminar sem dizer que contrariamente ao que tinha sido anunciado não nos vai ser possível publicar a entrevista com a Princesa Diana. Aparentemente ela morreu há uns anos.

Aniversários do dia:
A 5 de Novembro de 1935 nascia o Monopoly! Filho dos Parker Brothers este jovem cresceu até se tornar um dos jogos de tabuleiro mais jogados no mundo inteiro!
Em 1838 começava a desintegração dos Estados Unidos da América Central (sabiam que isto tinha existido?), com a saída das Honduras!

Dicas informáticas do dia: O Gmail Drive deixou de funcionar. O Google resolveu mudar algumas coisas e aquilo agora já não consegue fazer login. Felizmente já saiu uma nova versão (1.0.3) que resolve o problema. Continua com a limitação a ficheiros com 10 Mb. Por isso, se querem mesmo utilizar o vosso Giga (ou o meu, por sinal!) para guardar coisas, podem sempre usar um utilitário que parta ficheiros a meio, por exemplo, o JR Split File (http://www.spadixbd.com/freetools/jsplit.htm). Partem o ficheiro em ficheirinhos mais picaninos e depois é carregar para o GMail! E por falar nisso, obrigado a todos os que responderam ao meu apelo dos convites do GMail. Já tenho a conta, já não preciso de convites.


E pronto, por hoje é tudo.
(Não, não vou falar de futebol! Hoje não falo de futebol. Falo de tudo o que quiserem, menos futebol. Amanhã, se pedirem, posso falar de futebol. Mas hoje não!)